Foto: Arquivo Pessoal
Mainardi atuava como psiquiatra há mais de 20 anos
Após cerca de 20 dias internado no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo morreu, no início da tarde de quinta-feira (17), o médico psiquiatra Sandro Max Mainardi. Ele estava hospitalizado por complicações causadas por uma síndrome genética rara, com a qual conviveu durante os 52 anos de sua vida.
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Natural de Sobradinho, logo após o seu nascimento o médico foi transferido para Porto Alegre por conta da síndrome. Já durante a juventude, Mainardi foi diagnosticado com uma doença autoimune rara. Companheira do psiquiatra há mais de 10 anos, a também médica Lisandra Maria Duarte Machado comenta o quão especial ele era para pessoas do seu convívio e pacientes:
— Acho que só uma pessoa da raridade, da força e da sabedoria dele para suportar tudo isso. Apesar dele ter que lidar com esses problemas de saúde, ele sempre foi uma pessoa fora de série. Talvez se alguma coisa possa dar conforto na morte dele, é saber o quanto ele foi amado pelas pessoas e saber o quanto as pessoas que se manifestaram (pela morte de Mainardi) estavam sendo verdadeiras — reconhece Lisandra.
A história de Lisandra e Sandro foi marcada por um reencontro. Durante a adolescência, os dois chegaram a se relacionar. A médica relembra o pedido de namoro daquela época, quando Mainardi a surpreendeu com muitas rosas vermelhas na casa em que ela morava com seus pais. Porém, antes dos dois ingressarem na faculdade, eles já haviam terminado a relação e perdido o contato. Quis o destino que um reencontro aproximasse o casal novamente e fizesse com que compartilhassem a vida nos últimos anos:
— No ano passado ele me fez uma homenagem no Instagram dele, falando que ele me encontraria cada vez que ele pudesse. Eu acho que cada vez que Deus nos deu a oportunidade de ficarmos juntos, a gente aproveitou — reflete.
Formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mainardi viveu desde criança na cidade, tendo estudado no Colégio Marista e também no Riachuelo. Há mais de 20 anos o médico atuava como psiquiatra em Santa Maria.
Lisandra relembra do quanto o companheiro gostava de estudar e o interesse que ele dedicava a tudo que era erudito, tanto a música que ele gostava de contemplar e quanto praticar tocando piano. Nos últimos anos, além de buscar mais momentos de convivência em família, o médico procurava estimular o gosto cultural das duas filhas gêmeas, de 12 anos, frutos de outro relacionamento.
O corpo de Mainardi foi velado na quinta-feira no Complexo Velatório AM Brum Angelus e o sepultamento ocorreu na tarde de sexta em Sobradinho. Além das filhas e companheira, Mainardi deixa um irmão e uma enteada.